Não julgar o livro pela capa é uma máxima útil se aplicada ao reino animal. Enquanto alguns bichinhos escondem sob um manto de fofura
hábitos pra lá de letais, outros feiosos e assustadores botam muito
medo, mas estão longe de apresentar ameaças reais. Para ajudar você a se
virar nesse mundo selvagem (vai que, né?), conheça 7 animais assustadores que são (praticamente) inofensivos:
1. Gavial
Difícil acreditar mas, caso esse crocodilo de numerosos e
afiadíssimos dentes se aproximar, não precisa correr para as montanhas.
Apesar do focinho longo e do corpo avantajado (ele pode chegar a atingir
até seis metros de comprimento) o gavial é um predador bem menos agressivo do que aparenta.
O crocodilo se alimenta apenas de peixes, insetos, larvas e rãs. Mas
sua mandíbula é fina demais para comer bichos muito maiores. Tipo você.
A construção de barragens e represas e o assoreamento e transposição
de rios do sul da Ásia dificultaram a vida do gavial. A espécie, que
pode ser encontrada na Índia e no Nepal, é uma das mais ameaçadas da
atualidade – estima-se que haja menos de 300 espécimes no mundo hoje.
2. Tubarão-elefante
De boa na lagoa
Talvez seja melhor não arriscar ficar de bobeira quando o segundo
maior peixe do mundo resolver dar uma voltinha com sua gigante boca
aberta. Mas, a verdade é que, apesar de seus 10 metros de comprimento e
aparência pra lá de assustadora, o tubarão-elefante não apresenta
nenhuma ameaça aos humanos. O peixão é tão tranquilo e pacífico que não
se altera nem na hora do lanchinho: o tubarão-elefante se alimenta
apenas de partículas de comida presentes na água, como plâncton,
pequenos peixes e ovos. Ele segue o exemplo das baleias: só abre a ~boquinha~ e deixa a comida entrar.
3. Solífugo
Os aracnofóbicos piram
Eles são como “aranhas solares” ou “escorpiões do vento”. Mas não são
nem uma coisa nem outra. Os solífugos são assustadores aracnídeos de
oito patas que podem atingir até 15 centímetros de comprimento.
Habitantes de regiões quentes e secas (como desertos, savanas e
estepes), os solífugos se abrigam sob pedras, tábuas, telhas ou buracos e
são ágeis corredores – podem atingir uma velocidade de até 16 km por
hora! Você definitivamente não iria querer um bichinho desses no seu
encalço. Apesar de não serem venenosas, essas não-aranhas podem ser
agressivas e morder humanos. Vai doer – mas você vai sobreviver.
4. Aie-aie
O aie-aie e real e sua versão cinematográfica
Não basta o susto que você vai levar se der de cara com este primata:
em Madagascar, única região em que pode ser encontrado, este assustador
animal é considerado um sinal de mau-agouro. A superstição local
descreve esse bichinho quase que como um bicho papão: segundo a lenda, o
Aie-aie invade casas durante a noite e amaldiçoa todos seus habitantes
usando seu longo (e esquisito) dedo do meio. Só que nada disso é
verdade, claro.
Além de não possuírem poderes sobrenaturais (ufa!), estes pacíficos
primatas noturnos vivem tranquilamente no alto de árvores, onde
constroem ninhos feitos de folhas e galhos. O longo dedo, que inspira
tanto medo, é usado pelo bichinho para se alimentar de larvas. Apesar de
inofensivos, a crença popular ameaça a espécie
– é comum que os Aie-aies sejam perseguidos e mortos para evitar a
~maldição~. Talvez para ajudar o bichinho esquisito a inspirar mais
simpatia nos temerosos moradores da região, uma versão menos assustadora
do animal aparece na franquia de filmes da animação Madagascar: Maurice, conselheiro do Rei Jullien, é um primata Aie-Aie.
5. Jamanta
As dimensões gigantescas botam respeito (e um bocado de medo): uma
jamanta pode chegar a atingir oito metros de envergadura e pesar mais de
duas toneladas. Mas o animal, parente das raias e tubarões e também
conhecido como “morcego-do-mar”, é inofensivo. Mesmo no momento do
jantar, as jamantas têm hábitos sossegados: só se alimentam de plâncton e
pequenos peixes.
6. Abutre
Avistar abutres voando no céu certamente não é uma boa notícia para
os cadáveres fresquinhos – mas, fazendo justiça ao carniceiro, o fato é
que ele não pode ser culpado pelo assassinato. Apesar de possuir bico,
patas afiadas e poderosas e carinha de badboy, é muito raro que
a ave ataque outros animais saudáveis. Eles podem dar até fim em
animais moribundos, mas, em geral, esperam que a natureza (ou outro
predador) cuide do serviço.
7. Falsa-coral
Comuns no Brasil, as falsas corais podem até botar medo, mas são
inofensivas aos humanos. O nome engloba diversas espécies de serpentes
que possuem padrão de cores semelhantes à coral verdadeira – cobra
venenosa da qual você com certeza vai preferir manter distância. O
“disfarce” natural da falsa-coral ajuda a montar uma aparência
ameaçadora, mas a verdade é que esta serpente se alimenta apenas de
invertebrados e pequenos répteis, e não possui presas capazes de
inocularem veneno. Você já deve ter visto que, para diferenciar o perigo
real do de mentirinha, basta conferir as cores: “vermelho com amarelo
perto, fique esperto. Vermelho com preto ligado, pode ficar sossegado”,
diz o ditado. Mas a técnica não é 100% eficaz. Acontece que existem
muitas espécies de corais verdadeiras e variações genéticas que podem
ser facilmente confundidas com as falsas. Não sei você, mas eu não
arriscaria ficar por perto nem para testar a validade do ditado.
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